Horror em Amityville: 45 anos do massacre da família DeFeo

Eram 18h30 de 13 de novembro de 1974 quando Ronald DeFeo Jr. entrou aos gritos no Henry’s Bar . “Vocês têm que me ajudar! Acho que atiraram no meu pai e na minha mãe!”.

Um grupo de amigos o acompanhou até sua casa, a alguns quarteirões dali. O bar e a casa ficavam em Amityville, municipalidade de Babylon, Long Island, estado de Nova York.

A cena que encontraram era ainda pior que o anunciado. Não só pais, Ronald DeFeo  (44) e Louise DeFeo (42), com as irmãs Dawn (18) e Allison (13), e os irmãos Marc (12) e John Matthew (9): todos mortos. Jazendo de bruços em suas camas, executados a tiros – dois para cada pai, um só para os irmãos.

A polícia tomou o depoimento de Ronald, que sugeriu que o mafioso Louis Falini era o responsável – o tio-avô de Ronald, Peter DeFeo, era, de fato, um caporegime da máfia de Nova York. Falini, porém, tinha um álibi: estava fora da cidade no dia. Logo o depoimento de Ronald começou a desabar em meio a várias inconsistências. Ronald terminou por confessar os assassinatos. Ele matou a família em 15 minutos, por volta das 3h da manhã daquele 13 de novembro. Disse que tomou banho e saiu de casa às 6h, dando fim à arma do crime – uma carabina Marlin 336 – e suas roupas sujas de sangue, jogando-os num bueiro. Daí seguiu para o trabalho normalmente.

Os advogados de DeFeo alegaram insanidade. Durante o julgamento, ele afirmou ter ouvido vozes comandando-o a matar a família. Também era usuário de heroína e LSD, e foi diagnosticado com transtorno de personalidade antissocial. Não colou: Ronald DeFeo terminaria condenado à prisão perpétua, onde permanece até hoje.

ASSOMBRAÇÃO LUCRATIVA

A icônica e luxuosa casa, em arquitetura colonial holandesa, ficou parada por 13 meses. Até ser comprada pelo casal George e Kathleen Lutz, em dezembro de 1975, por uma ninharia, e incluindo os móveis da família DeFeo. Eram recém-casados e Kathleen tinha 3 crianças de outro casamento. Os Lutz mudaram-se para a casa em Amityville em 19 de dezembro. Nos 28 dias em que permaneceriam, até saírem de madrugada, sem pegar nada, afirmaram ter visto (só para citar alguns):

  • Uma praga de moscas em meio ao inverno;
  • As crianças dormindo na posição em que os corpos foram encontrados;
  • Uma imagem de um demônio surgindo na lareira;
  • Uma cadeira de balanço se movendo sozinha;
  • Kathleen recebendo marcas no corpo sem explicação;
  • Um crucifixo virando de cabeça para baixo sozinho;
  • A filha de 5 anos, Missy, afirmar ter visto um amigo imaginário, uma demônio em forma de porco com olhos vermelhos; também encontraram pegadas de porco do lado de fora.
  • George vendo Kahtleen se transformar em uma velha de 90 anos;
  • Uma meleca verde saindo das paredes.

A história dos Lutz seria romantizada pelo escritor Jay Anson, a partir de 45 horas de depoimento do casal, e publicada como Horror em Amityville, em setembro de 1977. O filme viria em 1979.

Os Lutz foram acusados de mentir: quase nada do que disseram foi comprovado. Não havia marcas de animais, nem dano à casa, nem os vizinhos notaram qualquer coisa de anormal em sua estadia. Quando o livro saiu, a casa já havia sido vendida para James e Barbara Cromarty, em março de 1977. Viveriam lá por 10 anos. Quando indagado sobre aparições, James dizia: “Nada estranho jamais aconteceu, exceto por gente aparecendo por causa do livro e do filme”. A casa continua habitada, com uma reforma mudado as janelas para disfarçar. Continua oficialmente não assombrada.