Flashback https://flashback.blogfolha.uol.com.br Tudo é história Thu, 27 Aug 2020 19:18:00 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Há 60 anos, cadelas se tornavam as primeiras criaturas a sobreviver ao espaço https://flashback.blogfolha.uol.com.br/2020/08/19/belka-strelka-cachorras-espaco/ https://flashback.blogfolha.uol.com.br/2020/08/19/belka-strelka-cachorras-espaco/#respond Wed, 19 Aug 2020 22:05:47 +0000 https://flashback.blogfolha.uol.com.br/files/2020/08/BelkaStrelka-300x215.jpg https://flashback.blogfolha.uol.com.br/?p=601 Em 20 de agosto de 1960, as primeiras criaturas vivas voltavam do espaço… com vida. A famosa cadela Laika, que decolara no Sputink 2, em 3 de novembro de 1957, havia morrido de hiperaquecimento horas após o lançamento, quando a temperatura interna chegou a 43o C. Mesmo sem o calor, não havia qualquer chance para ela, porque sua nave não era nave. Era um satélite, que ficou meses no espaço, se desintegrando na atmosfera só em 14 de abril de 1958.

Quase 3 anos depois, os soviéticos estavam prontos para trazer de volta criaturas vivas. Ou quase: era a segunda tentativa. Na primeira, em 28 de julho de 1960, a nave se desintegrou logo após o lançamento, matando dois outros cachorros, Bars e Lisichka.

Às 8h44 da manhã, a Korabl-Sputnik 2, que ficaria conhecida como Spunik 5 no Ocidente, decolava de um míssil nuclear modificado R-7 Semyorka. No módulo Vostok 1, iam não só as duas cachorras, Belka e Strelka, como 40 camundongos, dois ratos e diversas plantas. Após 5 órbitas, às 6h da manhã do dia seguinte, a nave reentrava na atmosfera, para ser recuperada na Sibéria. Todos os ocupantes estavam vivos.

O surpreendente vem agora. Strelka, de volta ao centro de treinamento, teria um filhote com um cachorro chamado Pushok, que nunca chegou a ser mandado ao espaço. E um dos filhotes, uma cadela batizada de Pushinka, foi dada de presente ao presidente americano John Kennedy pelo premiê soviético. E aceita de coração, apesar da preocupação de agentes de segurança de que a cachorrinha tivesse algum tipo de grampo secreto. Ela teria mais quatro filhotes com um cachorro Chamado Charlie. Eventualmente, com a morte de Kennedy, a família passaria seus cães para amigos. Longe da Casa Branca, a linhagem da cadela espacial soviética segue viva nos EUA.

]]>
0
Presidente dos EUA tinha um discurso pronto caso a Apollo 11 terminasse em tragédia – leia aqui https://flashback.blogfolha.uol.com.br/2019/07/18/discurso-nixon-morte-astronautas-apollo11/ https://flashback.blogfolha.uol.com.br/2019/07/18/discurso-nixon-morte-astronautas-apollo11/#respond Thu, 18 Jul 2019 22:36:32 +0000 https://flashback.blogfolha.uol.com.br/files/2019/07/Apollo-11-1-300x215.jpg http://flashback.blogfolha.uol.com.br/?p=47 Quando Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins entraram subiram o elevador, cruzaram o pontilhão e entraram na cabine, em 16 de julho de 1969, sabiam os riscos que corriam. O mesmo módulo de comando já havia matado os três astronautas da Apollo 1, Gus Grissom, Edward White e Roger Chaffee, menos de dois anos antes, em 27 de janeiro de 1967. Eles sequer decolaram: morreram em terra, num treinamento corriqueiro, quando um incêndio incontrolável no interior do módulo carbonizou seus corpos em minutos.

A Apollo 11 corria o risco de terminar de um jeito bem mais desolador. Nos 30 anos da missão, em 1999, William Safire, porta-voz da então presidente Richard Nixon, descreveu a situação em seus sombrios detalhes: “Na época, o maior risco para a missão lunar era levar aquele módulo de volta para o alto, na órbita em torno da Lua, e então juntá-lo à nave de comando”, disse, em entrevista à rede de televisão NBC. “Mas, se eles não conseguissem – e havia um bom risco que não conseguissem –então teriam que ser abandonados na Lua. Deixados para morrer ali. O controle da missão teria então que, usando seu eufemismo, ‘fechar a comunicação’ . E os homens teriam então que morrer de fome ou cometer suicídio.”

Buzz Aldrin caminhando
Buzz Aldrin caminhando com equipamento na missão Apollo 11 (Foto: Nasa)

Também estava no plano alertar as viúvas e chamar um capelão para uma cerimônia de enterro simbólico. A história de que carregavam pílulas de cianeto para o suicídio, como os líderes nazistas, é lenda urbana; se chegasse o pior, o plano, como revelaria Buzz Aldrin em entrevistas, era simplesmente abrir uma válvula e deixar o ar sair. Confirmada a tragédia, caberia ao presidente Richard Nixon anunciá-la ao mundo.

Safire foi responsável pela carta, que foi mantida secreta até 1999, quando o repórter do jornal L.A. Times Jim Mann encontrou-a perdida no Arquivo Nacional dos EUA. Eis o que o mundo ouviria:

O destino determinou que os homens que foram à Lua para explorá-la em paz nela permanecerão para descansar em paz.

Esses bravos homens, Neil Armstrong e Edwin Aldrin, sabem que não há esperança para seu resgate. Mas eles também sabem que há esperança para a humanidade em seu sacrifício.

Esses dois homens estão deixando suas vidas para o mais nobre objetivo da humanidade: a busca pela verdade e pela compreensão.

Estarão em luto por eles suas famílias e amigos. Estará em luto por eles sua nação. Estarão em luto por eles as pessoas do mundo. Estará em luto por eles a Mãe Terra que enviou dois de seus filhos rumo ao desconhecido.

Em sua exploração, eles instigaram as pessoas do mundo a se sentirem como uma só; em seu sacrifício, eles unem com mais firmeza a irmandade do homem.

Na Antiguidade, o homem olhava para as estrelas e via seus heróis nas constelações. Hoje, fazemos o mesmo, mas nossos heróis são homens épicos de carne e osso.

Outros seguirão, e certamente encontrarão seu caminho para casa. A busca do homem não será interrompida. Mas esses homens foram os primeiros, e eles permanecerão em primeiro lugar em nossos corações.

Pois todo ser humano que olhar para a Lua nas noites que virão saberá que há um canto em outro mundo que será sempre humanidade.

Leia o original em inglês aqui.

]]>
0